Polícia Civil faz perícia na praça da Cidade Alta, onde jovem morreu no último sábado


Rio - A Polícia Civil, com a ajuda da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), realizaram nesta sexta-feira uma perícia na pracinha da Cidade Alta, em Cordovil, Zona norte do Rio, onde morreu, no último sábado, Júlio César de Menezes Coelho, de 21 anos, durante um tiroteio entre PMs e bandidos da comunidade. Policiais militares são acusado de terem de terem executado o rapaz.


De acordo com o delegado Roberto Ramos da 38°(Brás de Pina), Júlio tinha acabado de sair do banco e estaria sentado em uma praça, quando levou o tiro na barriga. A policia tentou recuperar as imagens das câmeras do banco, mas não estavam disponiveis. Foi feita uma analise das marcas dos tiros no local do crime e sangue foi recolhido.


O delegado declarou que continua reunuindo provas técnicas e ainda é necessário colher mais depoimentos. O inquérito não apura somento a morte de Julio Cesar, mas também de três bandidos que morreram no confronto.


"Precisamos aguardar as provas técnicas para saber se é necessario que os PMs voltem para depor, ou não", declarou o delagado


A Mãe do menino, Jane Coelho, disse que chegou a chamar o filho para casa quando passou por ele na praça, momentos depois Júlio levou o tiro. "Senti uma dor no peito quando meu filho levou o tiro", desabafou Jane. De acordo com a mãe do cabeleireiro, ele ainda com vida gritava que era trabalhador, e sua única arma era um secador. Jane ainda disse seu filho entrou no camburão com um tiro na barriga e foi "devolvido" com um tiro no peito.
Foto: Alessandro Costa / Agência O Dia
Moradores fizeram manifestação e interditaram trânsito em acesso à Avenida Brasil, perto da Cidade Alta | Foto: Alessandro Costa / Agência O Dia
Parentes em defesa das vítimas


Uma irmã de Rodrigo Alves Catureba disse que ele trabalhava em transporte alternativo e morava em Caxias. “Ele mudou por trauma. Foi baleado quando a polícia também entrou aqui atirando”.


Uma prima de Wantuyller Marques Lopes, baleado na cabeça, contou que ele trabalhava como pedreiro e entregador de pizzas. Porém, a polícia tem informações de que ele seria gerente do tráfico na localidade Cinco Bocas. Júlio e Wantuyller estavam matriculados na Escola de Ensino Supletivo Montese, na comunidade.


Oficial reafirma: mortos eram bandidos


Comandante interino do 16º BPM, o tenente-coronel Roberto Gomes acompanhou o protesto e não mudou a versão de que os mortos seriam traficantes: “Os policiais foram checar denúncia de bando armado e a confirmou, tanto que houve tiroteio. Mantenho minha posição porque meus policiais relataram que cada arma foi encontrada ao lado de um corpo”, disse, horas antes de a PM emitir nota oficial admitindo a hipótese de uma vítima ser inocente.


Gomes ressaltou que um dos mortos seria chefe do bando, conhecido como Baratão. Mas as investigações da Polícia Civil apontam que o primeiro nome deste traficante é Rodnei.


“A versão da PM é consistente porque apresentaram armas. Mas será investigada minuciosamente”, disse o delegado da 38ª DP (Irajá), Roberto Ramos, que vai periciar as armas dos policiais. Segundo a PM, um inquérito foi aberto para investigar a operação, e os responsáveis pelos tiros podem ser afastados das ruas.


Jairo da Silva de Luna, outro morto, tinha seis anotações por tráfico, roubo e homicídio, e estava foragido desde 2009, quando saiu para visita e não retornou.

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